domingo, 26 de novembro de 2017

Conheça o Cavaquinho


Cavaquinho Bernardino da Silva toca quase que exclusivamente na afinação indicada, que designa por «antiga» e lhe permite percorrer toda a extensão da escala, em passagens de grande virtuosidade. A mão direita toca de «rasgado», segundo uma técnica própria do instrumento, o «varejamento», que é feito com o polegar e indicador (e/ou médio, e/ou anelar, e/ou mínimo, consoante os tocadores) em posição rígida que no movimento ascendente ou descendente da mão pulsam sucessivamente as cordas, mantendo uma amplitude constante no movimento da mão que articula pelo pulso e cotovelo. Conseguem assim os bons tocadores criar a ilusão de não haver interrupção no fluxo sonoro, pela isocronia e rapidez dos ataques dos dedos, em cada movimento ascendente ou descendente. As pausas e acentuações, são feitas por interrupção súbita do movimento ou por aumento de velocidade de um dos movimentos para o dobro. Ainda por divisão ternária em tempos de divisão binaria e vice-versa. O exemplo transcrito, que escolhemos entre os mais simples de realizar neste instrumento, tem indicada na tablatura as direcções ascendente ou descendente do «varejamento», que faz soar cada acorde 2 ou 3 vezes, consoante o número de dedos usados, o que não anotamos por complicar sem vantagem a escrita musical. Júlio Pereira, no disco «Cavaquinho» (1981-Edição Sasseti) faz uma utilização quase exaustiva das possibilidades do «varej


A HISTÓRIA DO CHORINHO

A história do "choro" começa remotamente em 1808, com a chegada da Família Real ao Brasil. O Rio de Janeiro foi elevado à categoria de sede do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Logo em seguida, a cidade passaria por uma grande reforma urbana e cultural. Foram criados cargos públicos, o que possibilitou a formação de um novo segmento social, a classe média. Com a corte portuguesa vieram, além de instrumentos como o piano e as danças européias, alguns gêneros e hábitos musicais, como o minueto, a quadrilha, a valsa e o xótis, que juntos com o lundu, de origem africana e já sedimentado a nossa cultura naquela altura, foram sendo abrasileirados na forma de tocar. Em julho de 1845, no Teatro Imperial de São Pedro (atual João Caetano), a polca foi apresentada como dança pela primeira vez e virou moda. Segundo o "Charivari", jornal humorístico da época: "Dançava-se à polca, andava-se à polca, trajava-se à polca, enfim, tudo se fazia à polca". Todos esses fatores contribuíram para o início do choro, que surge não como um gênero musical e sim como uma abrasileirada forma de tocar alguns gêneros musicais e danças da época, que assimilamos e reproduzimos com aspectos endógenos. Os instrumentos, de origens européia, foram ganhando contornos brasileiros na técnica de execução. A clarineta, o violão, o saxofone, o bandolim ou o cavaquinho eram executados inconfundivelmente com o sotaque brasileiro, ainda que, em gêneros musicais estrangeiros. Portanto, possivelmente a partir de 1870,
pelo gênio do flautista Joaquim Antônio da Silva Callado Júnior (1848-1880) nasce o "choro", oriundo das classes menos abastadas, na cidade do Rio de Janeiro, especificamente nos bairros da Cidade Nova, Catete, Rocha, Andaraí, Tijuca, Estácio e nas vilas do centro antigo, onde esta classe média baixa residia. As maiores influências do choro vêm da polca e do lundu. Inicialmente o choro tinha três partes, posteriomente passou a ter duas, sempre com características modulantes e de rondó. No final do século XX, o choro voltou a ser uma maneira de frasear as melodias de vários tipos de músicas e foi se flexibilizando, não necessariamente voltando à primeira parte. Alguns pesquisadores acreditam que a palavra "choro" é derivada do latim "chorus" (coro). Outra vertente de pesquisadores, como José Ramos Tinhorão, afirma que o termo é derivado do verbo "chorar". Os choros lentos (influência dos lundus chorados ou doce-lundu), por parecerem um lamento, lembram o verbo "chorar" e quando os instrumentos de cordas, principalmente o violão, são tangidos ao mesmo tempo para o acompanhamento da flauta, lembram um estado de melancolia. Segundo Luís da Câmara Cascudo, a palavra seria uma derivação de "xolo", certo tipo de baile que os escravos faziam nas fazendas. Da palavra derivou o vocábulo "xoro", que foi alterado para "choro". Já Ary Vasconcelos acredita que a palavra é uma corruptela de "choromeleiros", certa corporação de músicos do período colonial que executavam as "charamelas". Segundo Henrique Cazes, os instrumentos de palhetas "charamelas" são precursores dos oboés, fagotes e clarinetes. Na primeira década do século XX o termo "choro" já denominava o gênero, como uma forma musical definida e não mais como sinônimo de uma roda de músicos que executavam músicas populares. Considerado "O pai dos chorões", Joaquim Antonio da Silva Callado Júnior pertenceu à primeira geração do gênero e formou o "O Choro Carioca", o primeiro grupo instrumental de que se tem notícia Dos vários grupos criados por Callado fizeram parte o saxofonista e flautista Viriato Figueira da Silva, o cavaquinista Baziza, o flautista Pedro de Assis, o violonista Saturnino e o flautista Juca Kalut, e mais tarde incorporada a um dos grupos a pianista Chiquinha Gonzaga. Por volta de 1850 o Rio de Janeiro já se tornara uma cidade quase cosmopolita, e o ao trio flauta, violão e cavaquinho foi adicionado o piano, outra grande contribuição ao choro. Dos instrumentos emblemáticos do gênero, destacamos o violão, o piano, a flauta, o cavaquinho e o bandolim. Entre os mais virtuoses violonistas destacam-se João Pernambuco (1853-1947), Quincas Laranjeiras (1873-1935), Satiro Bilhar, como gostava de ser chamado ou ainda Sátiro e Satinho, como também era conhecido (1860-1927) e Tute (1886-1957), entre outros menos conhecidos como Chico Borges, também cavaquinista (circa 1880-1916) e Juca Valle, companheiro inseparável de vários flautistas como Callado, Viriato Rangel e Luizinho. Dos grandes pianistas destacam-se Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Ernesto Nazaré (1863-1934), além de Carolina Cardoso de Menezes e Radamés Gnattali. O número de flautistas é muito grande. Destacando-se além de Joaquim Callado, Paulo Augusto Duque Estrada Meyer, professor de vários flautistas, inclusive de Patápio Silva (1880-1907) e Pedro de Assis. Citem-se também Juca Kalut (1857-?), Pixinguinha (1897-1973), Benedito Lacerda (1903-1958), Alfredo Vianna (pai de Pixinguinha) e muitos outros descritos no livro publicado em 1936, "O choro", de Alexandre Gonçalves Pinto, mais conhecido como Animal e que fez o levantamento de boa parte dos nomes da velha-guarda do choro. O cavaquinho tem modernamente em Canhoto e Aníbal Augusto Sardinha (Garoto 1915-1955) os seus principais executores. De início era usado apenas para acompanhamento, mas com

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